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Realidades ao largo

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A tendência humana de complexificar a vida, comportamento apoiado no impulso por apreender a realidade e decodificar seu funcionamento, leva o indivíduo a mergulhar em frequência onde o olhar torna-se seletivo e a atenção restrita ao objeto de interesse. É assim que se alimenta a inteligência e as coisas parecem lhe pertencer; pelo entendimento do antes e depois de cada momento. A diferença, o contraste, gera o movimento e faz as realidades serem apreensíveis pelo foco pensante insaciável. Enquanto isso, a vida do lado de fora do ego humano, feita por outros princípios conscienciais que desenham sua programação de existência, continua a acontecer. A atenção seletiva, tão necessária ao estudo e ao aprofundamento, ao tornar-se hegemônica, aborta, por gerações, a noção de realidade sistêmica e de múltiplas realidades coexistentes; faz com que outras escalas de acontecimento e suas complexidades passem ao largo.

Existência interagente

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O reconhecer-se como individualidade pensante tem efeito direto no sentir-se separado da realidade exterior. Como se o mundo ao redor fosse algo do qual se pudesse prescindir ou o autoisolamento estado realmente possível. Só o afunilamento de visão promovido pela condição humana e a exclusividade à sua base sensória pode justificar tal erro de abordagem. Mundos, universos e dimensões estão na mesma frequência de seus seres autóctones e, como tal, compartem dos mesmos fios e energias de que são feitos. De forma que basta existir para já promover interações e movimentos desestabilizadores na realidade.

Argumento falho

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Qual a real capacidade da própria natureza erradicar a vida que lhe brota de forma avassaladora e de todas as direções? Enorme. Como qualquer sistema, cada peça que lhe compõe está ligada aos seus pares próximos e todas elas, juntas ou separadas, determinantes no funcionamento do conjunto. Meu próprio funcionamento como indivíduo, em quaisquer de minhas manifestações, colabora para a manutenção ou abreviamento do que hoje está aí. Há uma responsabilidade implícita e indescartável em habitar um corpo que respira, ser formado por átomos de componentes temperamentais e pensar caminhando por estas bandas. E, o vaticínio atemporal: pela indissociabilidade pulsante, a reação é sempre em cadeia e a consequência jamais prescreve. Se a extinção realmente vier a acontecer, não seria a primeira vez deste planeta. Exceção ao fato de que hoje não podemos alegar como causa nosso desconhecimento das coisas. Nossas frases de comportamento, poesia inglória feita por doses diárias de indiferença, ates