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Mostrando postagens de outubro, 2010

Regência antropológica

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Alguns lugares passam despercebidos pela atenção humana e por isso não existem para o senso comum. Sobra a tais cantos da superfície o reger da vida pelas camadas inferiores da cadeia evolutiva, por plantas e animais de todas as escalas que por algum preciosismo evolutivo não desenvolveram a ferramenta do pensar. Curiosamente a música que emana de tais rincões, decorrente da teia de relações que se manifesta contínua e intensamente, inclui o homem em seus códigos harmônicos. Decorre daí achar-se possível que a mão humana que hoje governa a destinação e o destino do grande sistema possa reger magistralmente tão valiosa orquestra, sentir o ritmo que percute a ação do seu conjunto e o entrelaçamento das melodias de suas partes. Para além da voracidade da vida ali manifesta, a estrutura harmônica, nestes lugares, é sempre pré-existente.

Pelo começo

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Se me obrigasse a escolher uma parte do dia, esta seria a manhã. Não que o ocaso diário perdesse importância como casulo das reflexões mais agudas, mas um novo começo é condição que estimula. Acordar o corpo e tragar o ar salgado, no comecinho do dia e antes da chegada do sol, prima energia faz subir à cabeça; perpassa as ideias que moram conosco. Na prática, olhos tateiam a luz enquanto as imagens formadas indexam conceitos. Mesmo com lentidão e descompasso no início, aos poucos, quando menos se espera, já nos sentimos no dia bem vivos de novo. É isso que promove a manhã: faz-nos visitar as mesmas coisas de sempre com nova energia; e, por instantes, não lembrarmos do ocaso do dia de ontem.