Pelo começo

Se me obrigasse a escolher uma parte do dia, esta seria a manhã. Não que o ocaso diário perdesse importância como casulo das reflexões mais agudas, mas um novo começo é condição que estimula. Acordar o corpo e tragar o ar salgado, no comecinho do dia e antes da chegada do sol, prima energia faz subir à cabeça; perpassa as ideias que moram conosco. Na prática, olhos tateiam a luz enquanto as imagens formadas indexam conceitos. Mesmo com lentidão e descompasso no início, aos poucos, quando menos se espera, já nos sentimos no dia bem vivos de novo. É isso que promove a manhã: faz-nos visitar as mesmas coisas de sempre com nova energia; e, por instantes, não lembrarmos do ocaso do dia de ontem.

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