Paisagista contumaz
Quando o homem chega a um lugar invariavelmente imprime a ele sua marca. Nada o impede de erguer suas bandeiras e símbolos quando se encontra no topo da cadeia de poder entre os seres que se movimentam. Paisagens naturais compostas por tempos geológicos passam a ostentar, assim, de um momento para outro, marcas de entendimento humano forjadas em escala de tempo de alguns milênios e séculos. E a paisagem muda: suas cores, sua estética e, sobretudo, seu funcionamento. Assim, meio sem saber, acostumado à predominância da vontade, ocupa o homem papel impulsivo e contumaz de artista dos territórios, esculpindo novos desenhos à tridimensionalidade enquanto altera profundamente os fluxos de matéria e energia dos espaços geográficos. Porém, paisagens antropomorfizadas não são menos belas que paisagens naturais. Afinal, possui o homem o mesmo DNA de todos os elementos da estratosfera e é fruto do mesmo mundo que habita. Falta ao artista apenas o preparo - quiçá a humildade, para reconhecer o