Juntos no aqui-agora

Encontrar o outro é algo básico na vida. Relacionar-se, vital. O isolacionismo voluntário sempre esbarra num vazio cheio de gente. E, em cada outro, um contexto, campo de realidade onde projetamos aquilo que somos e buscamos. Dar conformações de valor à força irresistível que nos une é mera tentativa por definir-se algo que nos faz dependentes. De repente, nos outros está o sentido de tudo o que fazemos; nenhum pensamento tem diferente endereço. E na emoção por tal realidade a prova do encontrar-se dela refém; não há como autoconhecer-se sem o espelho que há no outro. Nesse sistema de dependência e fascínio construímos nossa escala de valores e navegamos na multidão, desenhamos a vida em pontos e nós no ambiente espaço-tempo. Que linhas sustentam a realidade do aqui-agora? Invisíveis e muitas, desconhecidas e lógicas, várias. Visível apenas o outro. Apenas nele o caminho para entender-se o teatro dos seres e a teia de cordas que compõem a realidade pulsante. Físicos ou extrafísicos, é para os outros que vivemos.

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