Déjà-vu

Muitas são as pegadas do homem no tempo da história. Em nosso lugar crescemos rodeados por conjunto delas e nos acostumamos rápido com isso, pois calamos os sentidos para os depoimentos do passado. Mas, a hibernação sensória se quebra quando nos distanciamos do ponto de origem, onde a zona de conforto dos olhos se esvai sem deixar vestígios. É quando o desenho do horizonte se apresenta diferente que ficamos suscetíveis à interpretação do que nos cerca. Ali lançamo-nos a passear entre a energia do momento e os registros de memória, e muitas vezes caímos no lugar comum dos que se sentem pequenos frente ao desconhecido. Costumo me perguntar, nestas horas, se o inquestionável impacto é por estar vendo algo novo de fato, ou revendo algo velho e absurdamente próximo pela cumplicidade de outrora. Como as certezas não se dizem sempre necessárias, deixo as energias e impressões fazerem novos registros de memória enquanto, motivado, continuo caminhando em meu transe lúcido.

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