Intenso diálogo

O encontro do mar e a terra é sempre especial. É fronteira onde cada um é seduzido a adentrar nos limites do outro. Como seres da superfície, movimentamos a costa e observamos o oceano pelas ondas. Os ventos unem os dois mundos, pois não há barreira a dividi-los. As ondas expressam os ventos e também a vontade temperamental do mundo balançante. Iludimo-nos de que a terra é tão mais firme. Jogam os dois o jogo do equilíbrio permanente, das mensagens passageiras e definitivas. Ambos se respeitam e, por consenso, se permitem invadir. A terra prepotente lança ao mar sua produção civilizatória. O mar regurgita à terra tudo o que não é seu e o faz com inocência e vigor. Como seres da crosta, movimentamos a superfície e dela tudo sabemos. Do mar pouco conhecemos. Tão útil seria ter-se o corpo anfíbio. Poder-se-ia construir cidades lá dentro e, assim, entender melhor o conjunto.

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