Mundo pendido

Quando ele chega muitos elementos o denunciam. O dia se inclina para o lado; vozes são emitidas mais altas; roupas secam mais rápido. É como se tudo se tornasse definitivo. Como se o mundo sempre tivesse sido assim. Ao hospedar-se por dias, reina absoluto e se implanta na pauta das pessoas. Passa a ser elemento de conexão entre elas: entre o exercitar-se vivo de um e o lamento-ladainha de outro. Faz-se pano de fundo para a vida e a crônica diária do lugar. Inabalável e dominador, por fim, leva muitos ao limite de sua própria aceitação. Mas, um dia o verdugo se vai. Com ele, as pressões que exerceu na fronte das pessoas. Na paisagem da orla, apenas suas pegadas no formato das dunas. É um mensageiro. Do lamento, talvez. De impressões e coisas, certamente. Alguém mais ao sul sabe o que pensamos.

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