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Mostrando postagens de 2009

La misma vivienda

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Seres autóctonos bajo el sol y un individuo de especie exótica se acerca al paisaje local. Viene éste desde el otro lado del continente, de la costa de otro océano. Trae en sus manos objeto a través del cual mira las cosas en todas las direcciones. Los nativos, pareciendo ajenos a todo, paran en una piedra de la ruta que hacen todas las tardes a la misma hora. Por supuesto el destino final donde pasarán la noche que se avecina es su programación ahorita. Para el forastero, no: está sumergido en otras sensaciones por estar exactamente allí, mirándolos con el sol al fondo. Siente una mezcla de libertad con adaptación instantánea al ambiente, además de intenso bienestar por lo que está compartiendo. Sí. Sabe él que ese mismo mar habla con lo suyo y que los pájaros migran por los territorios. Que las fronteras de los países son meras convenciones humanas y, olvidados o no, somos todos nosotros autóctonos del planeta. La vieja estrella conocida comprueba eso mientras dibuja de oro la luz de

Intenso diálogo

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O encontro do mar e a terra é sempre especial. É fronteira onde cada um é seduzido a adentrar nos limites do outro. Como seres da superfície, movimentamos a costa e observamos o oceano pelas ondas. Os ventos unem os dois mundos, pois não há barreira a dividi-los. As ondas expressam os ventos e também a vontade temperamental do mundo balançante. Iludimo-nos de que a terra é tão mais firme. Jogam os dois o jogo do equilíbrio permanente, das mensagens passageiras e definitivas. Ambos se respeitam e, por consenso, se permitem invadir. A terra prepotente lança ao mar sua produção civilizatória. O mar regurgita à terra tudo o que não é seu e o faz com inocência e vigor. Como seres da crosta, movimentamos a superfície e dela tudo sabemos. Do mar pouco conhecemos. Tão útil seria ter-se o corpo anfíbio. Poder-se-ia construir cidades lá dentro e, assim, entender melhor o conjunto.

Sol asséptico

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Construiu-se o sol. Construímos as casas. Dentro delas depositamos pensamentos e emoções enquanto humanos. O mesmo sol bombeou luz para o corpo que tivemos; e o alimentou. Na mente do corpo elaboramos conceitos sobre o sol. Também sobre o desenho de casas. Pintamos elas para que o sol pudesse falar. Mas, sempre há um canto escuro, nelas, onde o sol não entra. Nem o sol-estrela, nem o sol-lucidez. E o pensado se deposita e se recusa a sair de lá. Acontece também com o que se sentiu. Novas pessoas no ambiente sem sol, velhos pensamentos se perpetuam. O que é incrustado não evolui. Melhor seria entendermos o sol como diferente a cada dia. E permitirmos que velhas casas deem lugar a novos pensamentos. O sol pode ser velho. O que pensamos, tem de andar.

Mundo pendido

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Quando ele chega muitos elementos o denunciam. O dia se inclina para o lado; vozes são emitidas mais altas; roupas secam mais rápido. É como se tudo se tornasse definitivo. Como se o mundo sempre tivesse sido assim. Ao hospedar-se por dias, reina absoluto e se implanta na pauta das pessoas. Passa a ser elemento de conexão entre elas: entre o exercitar-se vivo de um e o lamento-ladainha de outro. Faz-se pano de fundo para a vida e a crônica diária do lugar. Inabalável e dominador, por fim, leva muitos ao limite de sua própria aceitação. Mas, um dia o verdugo se vai. Com ele, as pressões que exerceu na fronte das pessoas. Na paisagem da orla, apenas suas pegadas no formato das dunas. É um mensageiro. Do lamento, talvez. De impressões e coisas, certamente. Alguém mais ao sul sabe o que pensamos.

O avesso da visão

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Trabalhamos no agora com o sentido principal desenvolvido através dos milênios. Acontece algo, entretanto, que submete nossa visão ao escárnio: o olho humano possui atributos técnicos que o faz, em parceria da mente, processar dados e gerar resultantes sempre da mesma maneira. E se o que vemos é apenas o resultado de uma forma cerebral de trabalhar os estímulos de luz, quantas realidades outras existem para os mesmos impulsos traduzidos por diferentes receptores? Não se trata aqui de interpretação psicocultural da realidade. Fala-se daquilo que ocupa lugar no espaço e na própria definição deste. Ou daquilo que se espacializa, não necessariamente, e apenas, como admitimos que o faça. Conceber realidades outras além daquela denunciada pela visão humana ultrapassa as enfadonhas ferramentas-preceitos de mística e religiosidade. Sim. Flexibiliza a interpretação do universo próximo e sugere sentidos outros à fisicalidade do ser.

El espacio como casa

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Cuánto placer hay en descubrirse nuevos caminos! Romper espacios diferentes y lanzarse a territorios desconocidos es algo útil y saludable. En ellos, una piedra o un pequeño árbol ganan una dimensión de importancia diferente en la atención. Los colores hacen dúo con las formas y la percepción personal se hace impactada con la escala de las cosas. Con lo que comunica el ambiente, el pensamiento se ve forzado a abrir los cajones de conceptos ya adormecidos por la rutina y someterlos a nuevas elaboraciones mentales. Y se puede nunca más ser lo mismo. El nivel de interacción puede cambiar claves de la estructura del comportamiento del sujeto, dislocar sus puntos de referencia. Algo comprendido como definitivo puede relativizarse adelante de algo nuevo al universo personal. Sí: una piedra o una montaña, un árbol o su inexistencia pueden hablar tanto de nosotros que, por instantes, nos quedamos indefensos a las designaciones del tiempo. En estos momentos, exactamente en este punto, normalmen

Tela de realidades

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El estado de las cosas habla de relaciones e interrelaciones que ni  siempre observamos. Sí , porque nuestra atención , canal por donde se transita la energía vital y se da cuerpo a las realidades, es sintomáticamente selectiva. Elegimos focos de atención según nuestras prioridades de sobrevivencia y valores culturales . Residen ahí nuestras diferencias. Ellas son el producto de la atención y la realidad en el histórico del tiempo . Pero , hay muchas cosas otras no observadas, por lo tanto, no reales , que aquellas construidas por el individuo. Existe las que ha fabricado el otro . A este conjunto lo llamamos universo, versos innumerables agrupados en uno por cuenta del mismo proceso que los crea : la individualidad . No obstante, en el universo las cosas no se sustentan aisladas : las realidades se permean . Así , de alguma forma, la realidad no observada está contenida en aquella conocida . Promueve con ella interacciones y retroalime

Juntos no aqui-agora

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Encontrar o outro é algo básico na vida. Relacionar-se, vital. O isolacionismo voluntário sempre esbarra num vazio cheio de gente. E, em cada outro, um contexto, campo de realidade onde projetamos aquilo que somos e buscamos. Dar conformações de valor à força irresistível que nos une é mera tentativa por definir-se algo que nos faz dependentes. De repente, nos outros está o sentido de tudo o que fazemos; nenhum pensamento tem diferente endereço. E na emoção por tal realidade a prova do encontrar-se dela refém; não há como autoconhecer-se sem o espelho que há no outro. Nesse sistema de dependência e fascínio construímos nossa escala de valores e navegamos na multidão, desenhamos a vida em pontos e nós no ambiente espaço-tempo. Que linhas sustentam a realidade do aqui-agora? Invisíveis e muitas, desconhecidas e lógicas, várias. Visível apenas o outro. Apenas nele o caminho para entender-se o teatro dos seres e a teia de cordas que compõem a realidade pulsante. Físicos ou extrafísicos, é

Semillas de hoy

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Cuántos pueblos somos en el planeta? Fuimos pocos, antes, pero de características grupales más definidas. Crecimos como islas de aspectos fisiológicos y comportamientos distintos, creamos culturas propias y perpetuamos nuestros genes en determinado territorio. Entretanto, el mundo se mostró muy pequeño para el hambre de los genes en expandirse. Y su portador ha caminado mucho. Nos cambiamos en número y el territorio original como casa exclusiva se finalizó. Las casas de los diferentes genes ahora son el planeta entero. Las posibilidades de combinación entre ellos son geometricamente mayores. Así es. La vida y su código de manifestación compulsiva ha vencido todas las convenciones geopolíticas, económicas, raciales y culturales creadas por su portador más ilustre. Cabe a este ahora reajustar sus paradigmas, considerar toda la Tierra su país y empezar a mirar el universo fuera de la biosfera. Los genes no saben silenciarse.

O agora singular

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Pisei no silício e marquei nele o formato do meu pé. Foi rápido. Quase nem notei o que havia feito. Ao apontar a lente para o chão, lá estava: desenho claro, contornos precisos denotando partes de maior e menor contato com a superfície. Manifestação de um pé de hominídeo. Sou um deles. Ocorre-me que nem sempre foi assim. Nunca pisei esse exato lugar; nunca tomei uma foto exatamente como essa e nunca escrevi sobre isso acercado das ideias como as que tenho agora. Tampouco sempre fui um hominídeo. De alguma forma estou fazendo algo novo no tempo, pois o agora é absolutamente singular. Na escala de transformação deste mundo não há espaço para inversões entre causa e efeito. O que está escrito, está escrito e a resultante disso é sempre algo sólido. Como um pegada de hominídeo no silício. Como os pensamentos, que, lançados, vasculham a pegada seguinte.

Programación

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Luchamos para existir en la Tierra. En verdad, la gran mayoría de nosotros ni sabe realmente la razón, pero existimos e hicimos uso de herramientas y estrategias para continuar aquí. Breve o largamente y encadenados de infinitas maneras, invariablemente conseguimos éxito en el propósito. Y cuando las cortinas del tiempo presagian cerrarse, llegamos a ver de nuevo, con detalles, los pasos dados y el diseño de la caminata pretérita. No hay más espacio para cambiar el anterior. Lo que fue, se quedó allá, demarcado en la memoria del tiempo y en la nuestra propia, con todas las cicatrizes que la correspondiente responsabilidad pueda significar. Pero, estados melancólicos y de euforia a un lado, en estos sublimes momentos otras dos reflexiones son recrudecidas: la resignación de ser quien se fue, efectivamente, del rastro incambiable que se ha dejado, haya sido él predominantemente bueno o malo, sin las máscaras de la personalidad. De otra parte, la indestructibilidad del existir que, por su

Identificação intrínseca

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Na estrada evolutiva do princípio inteligente das coisas muitos são os estágios. Lançar a vista em qualquer direção e deparar-se com seres individualizados, com máquinas muito próximas a sua, é didático e comovente. Sentir-se muito próximos a eles sugere razões triviais nativas na interação comensal e de instintividade. Mas, há algo mais. Como seres daqui somos materiais do mesmo universo dando forma a consciências que não sabem morrer. E estas não sabem porque não é de sua natureza a morte. De sua natureza é o evoluir. Ad aeternum. Em mundos, etapas e estágios. Daí vem nossa fiel proximidade.

Torre de repetição

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Não há como fazer-se indiferente à expressão da luz, às cores que dela derivam e impregnam a retina. Quando acompanhadas de boa forma e proporção seu efeito é ainda mais contundente sobre o mecanismo sensível. Desencadeia magnetismo natural e prende o sentido. Normalmente conhecemos seu efeito de ativar os nervos óticos e impactar o cérebro, restando a este o papel de catalogar, estabelecer comparações e definir um padrão de pensamento como produto. E daí emerge sempre uma emoção equivalente. Assim, uma imagem, em frações minúsculas de tempo pode se transformar num estado vibracional pessoal. Sim; somos receptáculos de estímulos e deles decodificador. E os replicamos compulsivamente com nossas características de interpretação adicionadas. Mecânica identificada, resta-nos agora refletir por quais realidades andamos e outras quais ajudamos a construir. Nosso rastro energético pela vida.

Robalos e tanhotas

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A fome assola a iniciativa. Ler e interpretar exige combustível. Não interessa o alvo nem o universo intangível explorado: somos um tubo digestivo ambulante. A manifestação tem um alto custo de transformação de energia. É dose considerável de materiais de formatos, texturas e composições diversas. Serão sugados em compulsão. E não virão de nenhum lugar distante. Fazem parte da mesma realidade onde se manifesta o digestor inveterado; têm os mesmos matizes energéticos dele. Frequência de ondas diferentes, sim; mas, tudo carbono e, mais fundo, tudo elétron. Na visão epidérmica do corpo-tubo, porém, não há eletronótica nem física ondulatória. Há formas, cores e sons, cheiros e sabores. São códigos. Para que a vida esteja sempre se virando ao avesso.

Abelhas e gafanhotos

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Somos muitos, hoje; alguns poucos ontem; dois bocados, anteontem; e uma ameba em algum momento ainda anterior. Notória a máquina de replicar seres que geramos e da qual fizemos uso encantável e solidamente. Notável seu engenho em misturar emocionalidade e pragmatismo instintivo, combinação literalmente explosiva a deixar rastros cromossômicos por onde passa. Tão inegável como essa eficiente linha de produção instalada é o fato de que tal mecânica age em paralelo ao padrão de inteligência conquistado. Nada questionamos, usamos de cinismo e não avaliamos a ditadura reprodutiva e nem seus efeitos sobre as inter-relações existentes. Somos dogmáticos quando fizemos sexo e ativamos o portal interdimensional chamado útero. Religiosos crônicos movidos pela certeza de que alguém ou coisa maior vai um dia dizer o que fazer. Prefiro pensar que só em nossa galáxia há quatrocentos bilhões de estrelas como o sol e que o geocentrismo já morreu. Que o inteligente é dissociar sexualidade ma

ET's são bem-vindos

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Vencemos o contexto. Fomos a fundo e achamos o pedaço de pau adequado, a pedra moldável e a tática perfeita. Nem de longe pensávamos chegar tão longe. Afinal, a caça, o coito e a cama justificavam o ar. Qualquer algo mais seria presente de ET para o tempo em que o planeta ainda nem era o centro do universo. Mas, a prática repetida virou tecnologia replicável. E sobrou tempo. Com a sobra, carinhos na prole e refinamento na tática. No esforço do refino, a concepção do mais funcional e o encontro com a beleza da forma. Por trás do processo, o esmero do pensamento; o estabelecimento das diferenças e a formulação de conceitos. Aos poucos, o tateamento das próprias formas-pensamento e o autodescobrir-se, pensante. Efeito consequente: a divinização do achado e a estatização da sobrevivência. De repente, uma ideia louca de individualidade: o específico ganhou escala e a perspectiva se reduziu. Novo deus no horizonte, sem antes e nem depois. Ficamos novamente restritos à atmosfera encubadora. P

Elevadiços

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Homens constroem pontes. A rigor, pontes nasceram de ideias. E para tomarem corpo, também ponte entre elas foram tecidas. Só há uma forma de se fazer uma coisa distante chegar a outra: uma ponte. Um avião é uma ponte, assim como também o pensamento. A ponte está para o aprender assim como os pontos ligados estão para ela. A ponte está na palavra e também no silêncio. O silêncio é uma ponte de sons inaudíveis; a telepatia usa a ponte do intervalo entre as palavras. E as pontes interdimensionais? São muitas à disposição do transeunte ávido por novas paragens. Uma delas é sentir-se livre para pensar que existem pontes para tudo e que as construimos sempre. Por puro senso de apropriação da liberdade, essa ponte entre a mudez inerte e a eloquência das ideias.

Mensagens do sul

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É como se tudo estivesse preparado. O balé rasante e louco das andorinhas anima a revelação: o tempo vai mudar; hora de fechar as janelas, colocar lenha em casa e colher as roupas do varal. Bastou um ir e vir e tudo já era outro. Todas as coisas decidiram se deslocar muito rápido para o norte, como se o planeta houvesse inclinado. Mais do que ar e água em movimento, parece que a Terra tomou um rumo diferente em sua odisseia pelo espaço. Mas, no mundo da atmosfera, útero da vida sem parada e dela estufa permanente, muitas interpretações serão possíveis. Hora da chuva e do tempo nublado; trovões e relâmpagos em plena janela; é praia que afunda e água quente e translúcida. Tenho comigo assim quando isso acontece: - 'C hegou nosso amigo do polo e suas mensagens patagônicas '.

O impulso

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Estão chegando. Dar de ombros às incertezas, por-se ao mar e ir a fundo, a contumaz forma de agir. Mas qual sentido em risco certo? No que morrer pode ajudar? As imagens têm os seus duplos e não há como fugir. Em mero instante o pensamento plasma de agora o que seria. Mas nem o fim aqui se acerca, pois não há fim ao sem começo. O existir jaz infinito e de ida e volta é a viagem. Abreviar o almejado é um sem sentido, uma impulsão. Todo fim aparente está repleto de continuísmos e de pedaços do que já houve. Quão paciente sou com o infantilismo que me preenche? Cresço agora um pouco mais, então. Toda prisão possui janelas.

Aos montes

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Na ânsia de existir qualquer coisa parece aceitável. Ser uma pedra ou alimento, carvão lá de baixo ou o ar aqui em cima, homem ou bicho, aos montes e em série. Observar os espécimes é deparar-se com a liberdade de escolha. Vê-los em profusão faz-nos generalizar suas expressões. Em coletivo é forte a identidade; mais humilde e abarcável é a peça isolada. Uns e outro falam sempre. De si e do impulso. Do lugar onde todos se encaixam e misturam os cabelos, as entranhas, os grunhidos, os aromas e até a insensibilidade aparente. Tudo ao mesmo tempo. Aqui e agora. Para ver e aprender.

Além-cerca

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Não vejo o outro lado. E não consigo porque há um obstáculo entre dois espaços. O eu-cego insiste, desorientado, em olhar para onde não consegue ver. Vê o que não lhe interessa. E o que não é interessante não lhe retém a atenção; vira obstáculo. Sobrando, a atenção desperdiça energia. Quanto o desperdício consegue matar as capacidades no decorrer do tempo? Num volume tal que, provável, não se consiga, em vida, ver além das paredes e objetos. Nem através das pessoas, tampouco. Ainda assim, preciso urgente descobrir o que sou além do que pareço. Os mesmos obstáculos não existem para todos. Ainda hoje há lugares onde não podemos nos valer deles. Esconder-me é uma ilusão que criei para não ter de existir além do óbvio.

A espiral

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Em que escala entendo o mundo? Quanto de meu tamanho e viés de personalidade influi na forma de conceber coisas e antever outras? De repente minha área de ação é a superfície de uma folha de couve. Confere a existência de planícies e desfiladeiros; também pré-caminhos como trilhas já experimentadas. As opções são inúmeras, mesmo que aparentemente possa ir apenas para frente ou para trás. Existe um zênite que chama e um nadir que me torna inquieto. É como se não fosse permitido dormir, passar calado sobre a superfície cartográfica do lugar. Com o companheiro-bússola pensamento dou passos em direções antigravidade. E numa espiral subo e desço, procuro o centro. De mim.

As janelas

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Uma janela serve tanto para ver o fora como para mostrar o dentro. Mas, há um terceiro ângulo: a própria janela. No material do qual é feita juntam-se o externo e o interno, verso e anverso e a face da profundidade entre eles. Por vezes, perdemo-nos em seus aspectos e esquecemos seu sentido e o que proporciona. Vê-la é mais cativante e palpável que tatear o escuro a partir do claro ou o acolá plantado no aqui. É que tudo o que não se toca imaginamos compreender menos. Não é assim. Nosso instrumento de classificação chamado mente não consegue construir novas sinapses se não o quisermos. Precisamos motivá-la e à pressão do esforço do novo, submetê-la. Janelas são portais. Para uma mesma dimensão e para tantas outras que assumirmos experimentar.

Através deles (o vidro ou a lente)...

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De fato, sentir-se ocupante de um espaço é algo singular. Estar referenciado no tempo de uma realidade também. O que faço com minha hominave atual? O que existe parece ter função dentro de um contexto maior. O específico não é autossuficiente. De forma que fechar-me às expressões não dá e fugir ao expressar-me, não adianta. Há um achado novo sempre ali à espera e a autoanulação é impossível. Não há silêncio para quem pensa. Interagir é consequência e necessidade.